O meu Mp3

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A Gárgula, de Andrew Davidson




Sinopse:

"O belo e atormentado narrador de A Gárgula,
conduz numa estrada sinuosa quando é ofuscado pelo que parecia ser
uma saraivada de setas.
Despenha-se numa ravina e acorda numa unidade de queimados, sofrendo
as torturas dos condenados. É agora um monstro. A sua vida acabou.

Mas está apenas a começar: um dia, Marianne Engel,
uma encantadora e indomável escultora de gárgulas,
entra no seu quarto e revela-lhe que foram amantes na Alemanha medieval:
ele, um mercenário que sofrera terríveis queimadoras;
ela, uma freira escriba no famoso mosteiro de Engelthal,
onde lhe prestara cuidados de enfermagem.

Á medida que se desenrola a sua história, qual Scherazade, e relata outras histórias igualmente fantásticas de amor imortal no Japão,
Islândia, Itália e Inglaterra, o narrador é devolvido á vida e, por fim, ao amor.

A Gárgula é um romance extra ordinário
que levará o leitor numa metamórfica e original viagem.
Fá-lo-á acreditar no amor, em milagres, e na redenção.

O mais extra ordinário romance de estreia da última década: uma fascinante história de amor sobre o poder libertados do sofrimento, que transcende os limites do nosso tempo e espaço."
Sobre o autor e sobre o livro:

Andrew Davidson licenciou-se em 1995 na Universidade da Colúmbia Britânica. Viveu esporadicamente no Japão, onde trabalhou como professor de Inglês e organizava aulas de Inglês para vários sites japoneses. Actualmente vive em Winnipeg, Manitoba, no Canadá.

A Gárgula é o seu primeiro, e único, romance e levou uma pena de 7 anos de pesquisa e composição até á sua conclusão. O livro chegou a Portugal no ano de 2008.
Na minha opinião:

Fiquei com este livro debaixo de olho desde que saiu, pois tinha "Adorado" a sinopse. Mas, agora que já o li, vejo que a sinopse não nos prepara exactamente para o que vamos encontrar ao longo das suas muitas páginas.

Eu tinha deitado algumas esperanças neste livro e elas foram todas concretizadas, mas, tenho que admitir, que não foi nada daquilo de que estava á espera depois de ler a sinopse... E ao longo da leitura fui achando o livro realmente estranho... mas ao mesmo tempo, irresistível.

As primeiras paginas são realmente arrepiantes, e deu-me vontade ( por muito que eu gostava de ler o livro) de o por de parte. Mas a minha curiosidade sobre a história foi mais longe e por isso continuei. E não estou nada arrependida por não o ter deixado de parte.

O narrador da história ( cujo nome nunca chegamos a conhecer) começa a sua narrativa a partir de um acidente de viação onde se encontrava bêbado, e onde julga ter visto, apesar de nunca o ter dito nada a ninguém, que foi ofuscado por uma saraivada de setas. Quando acorda numa unidade de queimados, onde passara muito tempo em recuperação, descobre que o seu corpo fora queimado quase por completo.

Ao longo do tempo que vai passando na unidade de queimados vai conhecer pessoas muito diferentes das suas anteriores companhias, uma vez que antes do acidente ele era um actor pornográfico viciado em cocaína. Entre essas pessoas, está Marianne Engel, que os médicos acreditam sofrer de esquizofrenia, e que afirma que ela e o Narrador se conheceram muitos séculos antes, no século XIV, no famoso mosteiro de Engelthal, onde ela lhe prestara condados de enfermagem.

Assim a história presente é entrelaçada com relatos passados, nos quais Marianne conta ao Narrador como se conheceram e qual foi o desenrolar da sua história.

No meio das suas narrativas Marianne conta histórias igualmente fantásticas de amor imortal no Japão, na Islândia, em Itália e em Inglaterra.

A histórias passada em Itália fala de Francesco e de Graziana. Francesco era ferreiro em Florença e vivia com a mulher Graziana. Eles eram felizes, mas o mal acaba sempre por aparecer. Era o ano de 1347 e uma nova doença ( Peste Negra) acabara de chegar a Itália vinda da China. Graziana apanha-a. Ela tenta convencer o marido a ir-se embora mas ele recusa e fica com ela até ao fim, ficando ele também gravemente doente, absorve-lhe o seu ultimo fôlego com um beijo e diz para o corpo da mulher " Ti Amo". Ele retira-lhe a aliança de casamento do dedo dela foi para a sua oficina aquecer o fogo para depois derreter a sua aliança juntamente com a da mulher e faz com elas uma ponta de seta. Quando ela se encontrava pronta coloca-lhe uma haste, pega no arco do seu falecido pai, e manda chamar o irmão. Quando ele, Francesco, implora-lhe para não se aproximar dele com medo de lhe pegar a doença. Fazendo-lhe um ultimo pedido senta-se na borda da sua cama onde jazia o corpo da mulher. O irmão aceita, pega no arco e na seta, feita com as alianças de casamento, e lança-a firmemente para o coração do irmão. A morte foi precisa e instantânea. Francesco cai sobre a cama ao lado do corpo da mulher, com a ponta da seta alojada firmemente sobre o coração.
Francesco morre como viveu, apaixonado.
Decidi resumir a história de Francesco porque era a mais fácil de resumir. Mas existe a de Sei, ela faz votos de silencio e de pobreza, muda-se para o templo de Buda e morre. Tudo por amor, para proteger o pai e o seu amado Heisaku do Lorde que queria casar com ela.
Existe a história de Vicki que depois de o marido morrer visitava a seu templo todos os dias ao amanhecer, acabando por morrer no mesmo sitio que ele. No mar, onde o corpo dela repousa com o do marido.

Por ultimo, existe a historia de Singuror. Que se apaixona por Einarr e entre eles ocorre uma luta, no meio dela, a casa de Einarr e da mulher incendeia-se. Ele, a mulher e o filho mais velho conseguem sair lá de dentro, mas o bebé e Singuror não conseguem sair lá de dentro. Singuror tenta salvar o bebé colocando-o entre as tábuas do soalho, usando a seu corpo para o proteger das chamas. E morrendo-o para o salvar.

Se notarem bem, as várias histórias tem um ponto em comum, que é, O Sacrifício por Amor. Eu ameias a todas, mas sem duvida que a minha preferida foi a de Sei.


O "Inferno de Dante" é muitas vezes referido ao longo do livro e existem algumas paralelismos ( referidos, pois não conheço a obra de Dante). O elemento fogo é uma presença constante ao longo do livro e, se acreditar-mos nos mitos cristãos, é visto como uma forma de redenção. De certo modo, é isso que acaba por acontecer ao Narrador: a destruição da imagem que tinha antes do acidente acaba por fazê-lo dedicar-se ao seu interior.
O Narrador, no livro, também irá atravessar o seu próprio " Inferno de Dante", passando por todas as suas fazes e por todos os seus obstáculos. E, um que me saltou á vista quando li o livro foi o de Flégias, quando pergunta ao Narrador " Fala-me do teu amor por essa mulher?", quando digo «essa mulher» refiro me a Marianne, e a resposta dele surpreendeu-me ainda mais, " Qualquer homem que se acredite capaz de descrever o amor, não compreende nada a seu respeito". E só por curiosidade, em " o Inferno de Dante" Flégias tinha ido lá parar por causa do seu amor pela filha, apesar de esse não ser o seu lugar.
Outra fase do inferno em que eu prestei maior atenção ( mais do que a que já tenho) á leitura desta obra, foi quando o Narrador passou por Malbalge, lar dos Sedutores. E ( eu sei que não deveria dizes o que vou dizer a seguir, mas o que está feito está feito), se o acidente não tive-se acontecido, e o Narrador não tive-se conhecido Marianne, deveria ter sido ai que ele teria ido parar, depois de morrer.
Gostei muito da forma como Andrew Davidson escolheu para escrever a seu livro. Pois utiliza um tom muito sarcástico, por vezes, mas na maior parte do tempo consegue perfeitamente fazer-nos entrar na cabeça da sua personagem e compreender os seus sentimentos.
Um livro estranho, e que se estranha... mas é por isso mesmo que o recomendo a quem ainda não o leu. Pois escritas como a de Davidson não se encontram todos os dias.












































8 comentários:

Célia disse...

Reparei que esta crítica contém várias passagens copiadas da opinião que escrevi no meu blog: http://estante-de-livros.blogspot.com/2009/04/gargula.html
Agradecia que lhe fosse feita referência, uma vez que os conteúdos do meu blog estão protegidos por uma licença da Creative Commons, que permite a transcrição dos seus conteúdos, mas sempre incluindo a fonte.

Rakel disse...

Não sei como isto aconteceu, mas até agora eu não conhecia o seu Blog... E, muito menos fiz alguma passagem copiada do mesmo...
E, se eu fiz este Blog, foi para deixar aqui as minhas opiniões sobre os vários livros que leio... E não para copiar opiniões de segundos...
Mas fico contente com o teu comentário... pois assim já sei que tenho de me manter informada sobre outras opiniões feitas ao mesmo livro para ver se as minhas não voltam a coincidir com as de segundos... E não voltar a ser cometido este Erro, de insinuarem que eu faço transcrições de comentários de Outros…

Célia disse...

Bem, parece que não me fiz entender. A minha opinião sobre este livro foi publicada no dia 13 de Abril de 2009, portanto antes da tua. Está no link que deixei, podes ler e comparar. Até me vou dar ao trabalho de indicar as passagens exactamente iguais:

"Ao longo do tempo que vai passando na unidade de queimados vai conhecer pessoas muito diferentes das suas anteriores companhias, uma vez que antes do acidente ele era um actor pornográfico viciado em cocaína. Entre essas pessoas, está Marianne Engel, que os médicos acreditam sofrer de esquizofrenia"

"Assim a história presente é entrelaçada com relatos passados, nos quais Marianne conta ao Narrador como se conheceram e qual foi o desenrolar da sua história."

"O "Inferno de Dante" é muitas vezes referido ao longo do livro e existem algumas paralelismos ( referidos, pois não conheço a obra de Dante). O elemento fogo é uma presença constante ao longo do livro e, se acreditar-mos nos mitos cristãos, é visto como uma forma de redenção. De certo modo, é isso que acaba por acontecer ao Narrador: a destruição da imagem que tinha antes do acidente acaba por fazê-lo dedicar-se ao seu interior."

"Gostei muito da forma como Andrew Davidson escolheu para escrever a seu livro. Pois utiliza um tom muito sarcástico, por vezes, mas na maior parte do tempo consegue perfeitamente fazer-nos entrar na cabeça da sua personagem e compreender os seus sentimentos."

Queres mesmo que eu acredite que, por alguma obra do acaso, escreveste EXACTAMENTE as mesmas palavras que eu? Desculpa, mas não acredito. E acho que ficava muito melhor admitires o que fizeste do que tentares convencer-me que foi mera coincidência. Volto a pedir para colocares no teu post a referência ao meu blog, senão vejo-me obrigada a tomar outras medidas.

Iceman disse...

Devias ter vergonha!

Plágio claríssimo.

Se não sabes ou consegues escrever opiniões, pois recensões não o sabes de certeza, então limita-te a ler as daqueles que se esforçam.

Eu também já fui alvo de plágio e as pessoas que usam, para proveito próprio, o trabalho intelectual dos outros, metem-me nojo.

O teu blog fica cortado.

Senhor Hulot disse...

O Senhor Hulot acha deprimente que a autora deste blogue não tenha tido bom gosto no plágio. Por favor, se é para plagiar, plagie textos com qualidade.

Nortenho disse...

Devia ter vergonha na cara.

Para além de plagiar o texto ainda tem a "cara de pau" de negar que o fez.

qwerty disse...

Que vergonha! Pior do que plagiares, é não admitires o que fizeste. Ao menos tem um pingo de honestidade e pede desculpa. E não queiras fazer crer que aconteceu por acaso: uma coisa é repetir ideias ou fazer citações, outra muito diferente é copiar o que outra pessoa escreveu palavra por palavra...

Mafalda disse...

O teu plágio só mostra que não és capaz de construir uma opinião sobre o livro.
Ao menos admite o teu erro, é assim que as pessoas evoluem, aprendendo com os erros.